Com as temperaturas escaldantes que se avizinham, a floresta volta a ser o centro das atenções, mas na verdade, muitos são os problemas da floresta nacional, para além dos malfadados incêndios.
Foi em Julho de 2008, há precisamente cinco anos, que Portugal continental foi decretado como zona afectada pelo Nemátodo da Madeira do Pinheiro, e hoje, longe desta problemática estar resolvida, a ANEFA volta a alertar para as consequências da inoperância do Governo sobre esta matéria.
Na passada semana, voltou a ser promologado por mais seis meses, o prazo de execução das ações de controlo da dispersão do Nemátodo, abrangidas nos protocolos celebrados com algumas Organizações de Produtores Florestais, mesmo após se ter admitido a falta de capacidade deste Organismos para o fazer.
Numa altura em que são exigidos tantos esforços aos portugueses, no âmbito da crise financeira instalada no nosso país, e onde a palavra de ordem é redução da despesa pública, a ANEFA não compreende como se continue a negligenciar um sector tão relevante para a economia nacional.
Apesar do seu contributo significativo, continuamos a assistir a uma estratégia nacional que não valoriza a floresta, colocando em risco a sua sustentabilidade. A verdade é que assistimos, dia após dia, à total desresponsabilização do Governo nesta matéria, onde se “desperdiçam” dinheiros públicos sem qualquer impacto na nossa floresta e se transferem responsabilidades às Organizações de Produtores Florestais, enquanto impavidamente olhamos ao destruir da floresta de pinho a nível nacional.
A própria Estratégia Nacional para as Florestas,que está actualmente a ser discutida, destaca o agravamento do impacto da doença no território nacional, apesar do desenvolvimento do Programa de Ação para o Controlo do Nemátododa Madeira do Pinheiro, constatando-se que, por anos consecutivos, as Organizações de
Produtores Florestais não estão a implementar as devidas medidas, pondo em risco toda a fileira do pinho, e a própria floresta.
Fica a pergunta no ar… Já que o Nemátodo veio para ficar, para quando acabar com o negócio que se gerou em torno deste flagelo?